segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Resplandece



Arte, bela arte. Contemplas a pluma alva flutuando pelo ar. Sorris ao decifrar o indecifrável, alegremente. Às vezes te pegas imaginando os porquês, os finais infindáveis, o mundo colorido. Começas a te cercar da inocência pueril, das pétalas que floresceram em momentos só... E a sós. Com discrição, perdes o tino, perde a razão. Inconsciente, palavras não são palavras, apenas. Inconsciente, escutas.

Arte regada e arraigada em tuas veias. Não percebes a semente lançada no teu infinito, semeando a flor que brota lentamente. Em cada noite cheia, cheia de ausência, aparas as arestas cortantes, sem que percebas. Em cada manhã completa, completa de ilusão, manténs o solo fértil à primavera. E no crepúsculo vespertino, te desenvolves com firmeza e sensibilidade, ao lado da rosa que carregas. Faça-se imagem e semelhança à tua pureza.

Arte cintilante, vívida. Cerra lentamente tuas pupilas e descansa. É no teu descanso a luz que brilha. É no teu respiro a bela magia, rubra em pele. É no despertar, e no adormecer. No olhar perdido se encontra alegria, ao canto da boca. No pensamento distante, costuras idéias, recortas tolices. E, ao sonhares, limpa teu céu nas minhas palavras.

Lindo é conquistar a alma cerrada, o âmago intocado, o peito sereno. Instigar, criar, produzir. Sem pretensão de eternizar, apenas por tocar ávidos corações. Arte singela e límpida, sutilmente arrebatadora. Esta é a única essência, o motivo.

Se resistires, desmonto. Se relutares, construo. Se esqueceres, recordo. Se sorrires, escrevo, escrevo, escrevo [...]
------------------------------------------------------------------------------------------
Music: Understand - Jeremy Camp

domingo, 25 de outubro de 2009

Don't move



O arco se põe a uma distância razoável do alvo. A flecha está friamente cortante, aguardando os segundos para o disparo certeiro. Nenhuma nuvem, apenas uma leve brisa circundando as folhas verdes. Somente os pés descalços na grama, um pouco sujos, é verdade. A mão esquerda segura a base de madeira, enquanto a direita ajeita a posição. Os olhos, imóveis. A respiração, tranqüila.

O instinto tornaria tudo mais fácil. Quantas vezes o cenário já não foi pintado meticulosamente? O clima sereno, a quietude, a harmonia. Elementos complementares e sinestésicos. Minutos imperceptíveis, de fato. No aguardo final, milhares de sensações se multiplicam e se transformam em arte do amanhã. Lindo é o reflexo do passado no lado de dentro.

Perfeito, nada mais resta além soltar as mãos após segundos de concentração. Os punhos estão razoavelmente firmes. A postura do corpo, impecável. O olhar, voraz – docemente voraz-. Pronto, isto já foi feito algumas vezes, não há como equivocar. Então, no três.

A mente sabe dos perigos, mas não se importa muito. A coerência já deixou de existir há muito. Os conceitos e regras se foram, por sorte. Parece que tudo está sob controle, da maneira mais peculiar que se poderia. Suaves são os acordes desta nova trilha. É progressivo, intenso e pouco programado. No ritmo desacelerado se faz essa leitura. Leitura da vida. Leitura dos sonhos.

Um, dois e...
------------------------------------------------------------------------------------------
Music: Sueño de Tango - Cafe de los Maestros

domingo, 16 de agosto de 2009

Que tal?



Numa roda de palavras cadenciadas, o subconsciente aflorou. Esvaziando-se a mente com despretensões juvenis, espectros e nada além. A curiosidade ficou por conta dos minutos contados em câmera lenta, perdendo-se num quarto parcialmente escuro, regados por singelas idéias, talvez utopias. Sintonia...

Eram sons distintos, ritmos compassados nas linhas da tranqüilidade. Eram vozes suaves. Um clima de surrealismo se instalou ao primeiro instante, e estranhamente não sei ao certo se poderia chamar de conexão, feeling ou intuitividade. Uma coisa era certa, havia algo distinto naquele ambiente. Regressão...

Entraram então em cena acordes nativos, puramente brasileiros, mesclados em experiências e fronteiras. A melodia transformou sentimentos sem nomenclatura. Eram segundos interminavelmente agradáveis. Violão, contagiai-vos. Faça-os seguir o que não está escrito e não se pode ensinar. Pensamentos...

Luziu um pingo de perspectivas, aquecidas numa noite fria. Estava na hora de abandonar a mesmice dos fundos incolores, dos modos pragmáticos, das acomodações convenientes. Sinais evidentes de que a vida está diante não apenas de páginas marcadas, mas sim de parágrafos em branco. Sonhos...
------------------------------------------------------------------------------------------
Music: Drama - Erykah Badu

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Retomando

Tava mais do que na hora de reativar essa budega. Logicamente que as pouquíssimas pessoas que já tiveram o desprazer de ler algum texto infame, jamais voltarão a passar por esse blog medíocre. Enquanto o ócio continua me consumindo como de costume, por que não encher essas linhas com um monte de palavras desconexas?

Outro dia me peguei pensando se não houvesse o futebol no mundo. Talvez eu não estivesse aqui. Ou talvez eu utilizasse meu tempo de maneira mais adequada, lendo livros, admirando obras de arte e todas aquelas porras chatas pra cacete. Se eu passo 8 horas dormindo e outras 15 pensando/jogando bola, o que eu faria no meu tempo livre? Mudaria para a Lapônia talvez...

PuLta coisa escrota, 20 malucos correndo atrás de uma bola, tentando colocá-la num retângulo... GENIAL! Charles Miller é o cara!

E o mais incrível de tudo é a quantidade de dinheiro que tudo isso movimenta. É simples e complexo (oi?). Como diria um velho gordo da crônica: "É a coisa mais importante dentre as menos importantes..."

É a maior chave de ascensão econômico/social da Via Láctea. Um semi-analfabeto morador de um bairro humilde pode se tornar um milionário formador de opinião. Estranho, no?

Enfim, como eu preciso desenferrujar meus neurônios gastos durante todos os posts anteriores, vou parar com minhas asneiras. Em 5 minutos já me deu nos bagos escrever aqui.
------------------------------------------------------------------------------------------
Music: Antes De Que Cuente Diez - Fito y Los Fitipaldis