Agora as estações não são as mesmas, as músicas não serão de outro alguém, que inconscientemente ainda te fere. Todavia não descobri o passado, por toda a vida hei de descobri-lo, talvez encobri-lo, ou esquecê-lo. Não basta apenas ser curioso, insistente, há que ser sutil e perspicaz aos detalhes. Há que se montar peça por peça, paciente, sem temor da imagem que se (re)cria.
Ao ver o esforço aplicado, deve haver reconhecimento, não do tipo que lhes dêem pena, mas aquele que receba a justa troca pelo árduo trabalho. A cada segundo em que me é instigado o desejo de buscar profundidade, sentimento, multiplica-se a vontade em continuar por essa trilha, fremindo veracidade a todo custo. Mas sei, e sabes, a mente oxida tranqüila e lentamente...
Assistindo aos capítulos, mesmo de fora, não entendas sequer uma linha das confissões de mim para mim. Decerto te pareça insanidade, sandices triviais, ou algo do tipo. Não duvido de nada, de mais nada. A ilusão continua embaraçando as definições do correto, do doloroso, e a anestesia se mistura ao mar de palavras que fluem de dentro.
Só me frustra não ter noção do quão forte cada linha lhe demonstre. Com tantas e tantas interpretações, olhares e vozes, o meu mundo se distorce e se contorce para não entregar a essência de mão beijada. Sinto que às vezes escorre uma gota a mais de coração, mas me inquieta o excesso de franqueza, o excesso de pureza, quem sabe...
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Music: West Of The Moon - Bob Seger
DIA DA PUTA QUE TE PARIU
Há 12 anos