domingo, 31 de agosto de 2008

Let It Flow...

Agora as estações não são as mesmas, as músicas não serão de outro alguém, que inconscientemente ainda te fere. Todavia não descobri o passado, por toda a vida hei de descobri-lo, talvez encobri-lo, ou esquecê-lo. Não basta apenas ser curioso, insistente, há que ser sutil e perspicaz aos detalhes. Há que se montar peça por peça, paciente, sem temor da imagem que se (re)cria.

Ao ver o esforço aplicado, deve haver reconhecimento, não do tipo que lhes dêem pena, mas aquele que receba a justa troca pelo árduo trabalho. A cada segundo em que me é instigado o desejo de buscar profundidade, sentimento, multiplica-se a vontade em continuar por essa trilha, fremindo veracidade a todo custo. Mas sei, e sabes, a mente oxida tranqüila e lentamente...

Assistindo aos capítulos, mesmo de fora, não entendas sequer uma linha das confissões de mim para mim. Decerto te pareça insanidade, sandices triviais, ou algo do tipo. Não duvido de nada, de mais nada. A ilusão continua embaraçando as definições do correto, do doloroso, e a anestesia se mistura ao mar de palavras que fluem de dentro.

Só me frustra não ter noção do quão forte cada linha lhe demonstre. Com tantas e tantas interpretações, olhares e vozes, o meu mundo se distorce e se contorce para não entregar a essência de mão beijada. Sinto que às vezes escorre uma gota a mais de coração, mas me inquieta o excesso de franqueza, o excesso de pureza, quem sabe...
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Music: West Of The Moon - Bob Seger

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Meu Brasil brasileiro!

Sabe, as eleições vêm chegando, começa aquele monte de propaganda política do cacete, com plaquinhas, panfletos, carros de som e todas aquelas merdas. Você está andando sossegadamente pela rua quando, de repente, surge uma puLta alegoria carnavalesca, jogando papéis e dizendo: “Votem no Zezinho 38.456! Zezinho é a solução. 38.456 é o número dele. É 3, é 8, é 456!” Bem, para todos os Zezinhos do Brasil...Vão tomar nos respectivos esfíncteres!

Cara, se eu me candidatasse para a política, eu jamais faria uma propaganda tão escrota quanto é feita pelos vereadores, prefeitos e até presidentes. Ta certo que essas coisas funcionam com uma parte considerável da sociedade, buuuuut todos sabemos que a propaganda é a alma do negócio, LOGO, temos uma pequena idéia do que estamos presenciando para nos representar na porra da Câmara, Senado e todas as porcarias de Brasília. Se isso ocorre há 500 anos, por que mudaria agora? Isso é Brasil!

Deixemos os candidatos menos favorecidos de lado e, vamos aos prefeitos, por exemplo. Debate em alguma emissora de TV, com participantes de um grau mais elevado, teoricamente. Os MALDITOS IMBECIS não usam a porcaria do tempo deles para falar do que vão fazer (ou melhor, do que NÃO vão fazer) em seus mandatos. Os cretinos ficam buscando motivos para agredir os adversários e blá blá blá... Ta certo, o povo adora um barraco, com gritaria, xingamentos e ameaças. Pão e Circo, minha gente... Mas cadê o Pão?

Eu continuo me divertindo com cada período de eleição, assistindo aos candidatos bizarros que participam a cada ano nessa jossa. Desde de ex-jogadores falidos a apresentadores de televisão. Brasil, o país do futuro!

Ráááááá! Pegadinha do Mallandro!
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Music: Heart In A Cage - The Strokes

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Don't Cry For Me...

Mais uma vez nosso sonho olímpico se foi. Não que este fosse um super desejo do povo brasileiro, mas dessa vez parecia um pouco mais vivo do que em ouras oportunidades. Ok, fomos eliminados de novo, até aí tudo bem, porém/entratanto/contudo o pior foi presenciar a derrota para nossos hermanitos boludos argentinos. Todos sabemos que os vizinhos lá de baixo sabem tratar uma pelota, mas ver a mulecada pés-descalços do Brasil tomando caneta do genro do Maradona já é um pouco demais...

Dunga, Dunguinha... Presta atenção filho: 2 é maior do que 1, logo, 2 atacantes = mais chances de fazer gol do que 1 atacante. Sacou a matemática ? Ta, eu sei que você é treinador e não professor de cursinho de exatas, só que essas coisas a gente aprende até no TeleCurso 2000 que passa na Cultura de manhã. Aliás, é melhor nosso treinador começar a fazer um cursinho e procurar um novo emprego, porque esse outro...

Vejam, eu tinha um ódio mortal pelos argentinos, até eu conhecer Buenos Aires esse ano. Os caras são tão ou mais fanáticos por futebol quanto a gente e eles são bons pra cacete, como nós. A marra dos discípulos do Maradona é típica, eles provocam, jogam bonito. Só num tem uma economia maior que o estado do Piauí. Chupa!

Bem, poderia estar muito puto com a eliminação, mas até que não, porque eu sei que os nigerianos-firuleiros vão passar por cima de Messi, Roman e sei lá quem mais. Espero, de todo meu coração, que caia uma bomba atômica no meio da Argentina. Haha, brincadeira, apenas em Buenos Aires já é o suficiente.

Ps: Evita Perón, sua prostituta.

Grato.
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Music: Molly's Chambers - Kings Of Leon

sábado, 16 de agosto de 2008

Move On

Não escrevo estas linhas para que alguém as leiam. Não busco a perfeição das palavras, o poder das frases feitas, pois não quero nada mais. Essa válvula de escape através das minhas mãos me salva, me ergue novamente, e entende o meu mundo. Hoje, os parágrafos serão só meus.

Para que organizar as idéias, se meus sentimentos estão tão confusos? E por mais que me pareça correto, não há como fugir à inspiração pernóstica. Entretanto, não carrega máculas, ou impurezas, é clara como o que há de mais belo nesta vida. É simples, contínua, gradativa... A chama busca se apagar, porém minha vontade de salvá-la é intensa. Tenho medo que se vá, tenho medo e medos.

Há maneira de seguir sem lembrar? Quando o silêncio se porta a minha frente, parecendo o caminho mais sensato, lá vou eu, gritando a plenos pulmões a ferida que não quer cicatrizar. Não importa, não importa muito bem, deixa estar. Talvez assim, só assim, esvazie meu corpo dos medos que ainda existam.

E cada palavra entoada acima do tom, diminui-se o calor da minha inspiração. Não por ser ela forte, ou deselegante, mas por contrariar o silêncio, que sempre carrega a razão consigo. A razão, que só preenche espaços vazios, continua rondando, e eu não a quero mais. Reviver o vivido e não se arrepender de nada, pois as palavras que me carregam, também te fazem pensar.
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Music: Donde Todo Empieza - Fito y Los Fitipaldis

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

2+2=5

Aham! Cheguei ao X da questão que eu mesmo havia formulado. Depois de muito pensar, de muito organizar e aparar as arestas, vejo o ponto principal às minhas singelas aflições. As noites mal dormidas me proporcionaram um pouco mais além de traumas ínfimos, fantasias subjetivas, ou qualificações mirabolantes. Sabia que havia de terminar de alguma maneira, só não sabia quando ou como. Aqui está, equação parcialmente resolvida.

Os lados eram levemente desproporcionais, o encaixe parecia difícil, os fatores externos influenciavam mais do que nunca. Sentia que a chuva podia atrapalhar, ou o vento interromper meu cálculo minucioso. Toda e qualquer adversidade se multiplicava diante de mim, visto que meu forte não é planejar rotas, traçar metas, caminhos. Assim, comecei a ver o resultado de trás para frente. Por que não fazer a operação inversa e seguir minhas próprias palavras?

Pensava em como achar a simetria de sentimentos, em como preencher os campos incompletos, em seguir adiante. O desfecho deveria ser o ponto de partida, crucialmente. Crer na confiança e capacidade unidas, coragem para estufar o peito, entrelaçar as mãos comigo mesmo, e nada além. Dividir-me em muitos para carregar a recompensa. Sim, é isso.

Na verdade, o fim sempre foi o reinício, que suscita na subtração dos erros. Na verdade, a matemática da vida é mais simples que se imagina. Na verdade, o nosso resultado está sempre, sempre correto.
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Music: Hoppípolla - Sigur Rós

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Transeunte Nostálgico

Em princípio parecia ser mais fácil, porém a nostalgia tomou conta de mim fazendo lembrar o que ainda não acabou. As cores, sons e palavras que não entendia há tempos atrás parecem me cortar levemente por dentro, sem deixar transparecer nenhum sinal de cicatrização. Lembranças interminadas se afloram a cada dia que se passa...

Os personagens que escrevem minha história se colocarão como protagonistas, mesmo que nesse instante muitos sejam meros coadjuvantes. Ainda há folhas em branco, e não são poucas. Inúmeras aventuras por vir, mas agora, infelizmente, percebo que este capítulo está se encerrando. Não foi como imaginava, foi muito melhor do que imaginava.

Retratos e escritos reacenderão a chama dos momentos vividos, sem ordem, sentido ou medo... Os olhos inevitavelmente esquecidos pedem ajuda às letras que traduzem a alegria da rotina que se vai. Memórias abstratas correm por minha mente sem direção. Mas quem se importa? A essência é o diferencial.

As forças contrárias me impulsionam com dificuldade por uma trilha desconhecida. As pegadas que deixei sempre estarão visíveis para quem quer que seja. O horizonte é infinito e não procuro um rumo. Sou um andarilho incompreendido pelo mundo... Por favor, não me sigam, pois este caminho não tem mais volta.
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Music: Feeling So Real - Moby

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Situando

E após algum tempo, razoável tempo, preenchendo as lacunas dissolvidas por uma atitude heróica, recomeça aqui uma velha/nova fase. Não que haja tanta expectativa em torno de uma reestréia de idéias ou atitudes, na verdade é só mais um planejamento que nunca se concretizará. Mas a antecedência não é a melhor forma de nos programarmos?


Lembrando daquele vazio que não sabia ao certo se era tão ruim para mim, contabilizo as inúmeras lições aprendidas até então. Em realidade, a mescla dos sentimentos distintos que costumava viver é o que me faz falta. O colorido e o preto-e-branco juntos, desenhavam a paisagem perfeita no meu quadro sem imagens... Era tudo tão triste, tão profundo e belo. Era intenso, acima de tudo. E nesse recomeço, as coisas podem faltar, podem se perder nas minhas esperanças.

Engano-me nos pensamentos insossos, tento reativar os perigos da minha cabeça e, por mais que eu procure, as armas parecem estar descarregadas. Não é problema para alguém que já esteve no limite da inspiração, que explodia em sua própria miséria. Sempre correndo atrás das palavras precisas, não consigo reacender o estopim intermitente do vazio, daquele vazio...
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Music: Invierno Porteño - Astor Piazzola