Com tudo que passa em minha mente, algo se torna inevitável, infalivelmente presente, um tanto doloroso... Perguntas criadas pelo vazio do tempo, de tempos em tempos, na sombra do espelho adiante e longínquo. A busca pelo prazer que ninguém pode enxergar, a atenção de uma criança em meio à guerra, a paciência intacta pela sabedoria, a luz... Difícil é caminhar e sentir lentamente, correr com a fração de segundo parado.
O poder da criação me ataca, me machuca, atiça. Como um mundo reluzente à nossa frente os objetos mais repetitivos são vida. Ok, admito, nunca fui muito bom nessas coisas de imaginação, sempre me senti um pouco mais para o lado de lá. O meu habitat era e continua sendo aquele deserto de idéias, aquela vaga imensidão que se estende em frente a mim. Certas coisas não se ensinam, não são tão didáticas como os livros no canto da estante.
A pequena miragem de um oásis surge no momento em que me deito. Fez-se água assim? De repente? Mas como? E todo dia surge mais um mistério da minha mente, mais uma equação de sentimentos, pequenas sementes brotando na aridez da persistência. Essa batalha injusta de mim para mim que desgasta a cada dia... Pobre mortal.
Minhas idéias parecem aparentemente sem sentido, às vezes insanas, não me impoto. Acabo de entrar naquele labirinto conhecido, buscando a mesma saída outra vez. Agora eu juro que não vou recorrer a atalhos, embora já saiba onde se encontram. Cuidado, muitos podem julgar esses métodos pouco ortodoxos e muitos comentarão o óbvio que lhes incomodam. Os rótulos sempre ditam o ritmo, mas não por mim, não por mim...
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Music: Never Tear Us Apart - Joe Cocker
Mundo de Minuto
Há 15 anos