quarta-feira, 16 de novembro de 2011

23:59




Pensar ao revés. Pequenos blocos compactos de trás pra frente. Faço do final. Não posso afirmar que acabou. É uma espécie de ponto e vírgula. Outra linha escrita da esquerda para a direita. Um conto de réu falido. Escurece e amanhece. Desperto ao deitar-me. Fecho os olhos diante de mim. Não quero mirar o ciclo natural. Sobrepõem-se tons sobre tons. Escuro-claro-claro. Grava-se em metáforas caladas. Some no meu grito.

Construo a partir do sótão. Lá se guarda o desnecessário. Uso a escada para subir. Não há necessidade de nada completo. O sentir minimalista basta. Junta-se em tralhas empoeiradas. Sem verbos de ligação. Soltura de partes encaixadas. Desmonto o destino. Prego peças na vida. Martelo sincero em punho. Cuidado: em obras.

Rabisco que puxa ao meio. Penumbra atravessa o alvo. Multiplicam-se possibilidades no concreto. Circunferência em circunferência. Gris no branco maculado. Sem pontos. Flecha certeira. Outra faixa fincada dentro de mim. Dois feridos.

Últimas. Inversas. Longínquas. Subjetivas. Intensas. Distintas. Confessas. Sonoras.

A mesma.


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Music: Barricade - Interpol

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